quinta-feira, 9 de abril de 2009

O ritual de iniciação - O altar de Tármia com as piras em chamas.


Tánius seria o último Grão ministro de Atlântida. Para essa iniciação foi preparado o antigo templo das divindades. O templo ficava bem no centro da imensa colina que segundo antigos atlantes foi o berço da grande cidade. Ninguém sabia dizer a idade deste templo, nem mesmo Ridalc, o atual Grão ministro. Para os cidadãos de Atlântida isso tudo era o que menos importava. O importante mesmo é que Tánius, um de seus jovens mais brilhantes, seria finalmente iniciado com o novo comandante espiritual do império.

O que ninguém da parte deste povo sabia é que esse ritual seria o último da história de Atlântida.


Dentre os que já estavam previnidos somente alguns estavam presentes na cerimônia. O sábio Nômia era um deles. Enquanto a maioria dos cientistas permanecia diuturnamente na universidade tentando encontrar uma forma de salvar a grande cidade do cataclismo que se aproximava. Eles sabiam que não poderiam salvar quase nada do esplendor da magnifica cidade, mas tentariam salvar um pouco daquilo que ela possuía de melhor: que era uma classe de cientistas, artífices, filósofos e magos, todos brilhantes e que poderiam num futuro próximo reerguer a grande Atlântida em toda sua magnitude.


O Ritual.


Indiferentes a tudo isso, os músicos iniciaram uma melodia enlevadora que parecia acariciar as pedras antigas do templo ainda às escuras. Duas jovens bailarinas entraram pelo corredor das divindades carregando tochas flamejantes. Ao chegarem defronte ao altar de Tármia acenderam as quatro piras. O efeito foi surpreendente. Ao som de tambores pesados e suaves solos de flautas as duas meninas desenvolveram a sua graciosa dança. Na medida que evoluíam em seus movimentos, os tambores aumentavam o rítmo causando uma vertigem nos espectadores. As jovens saltavam e giravam como se ignorando a gravidade. A leveza era tal que mais pareciam duas mariposas noturnas buscando a luz das piras. A dança fantástica previamente preparada por Ridalc, era apenas o início do ritual. O grande xamã desceu o lance de escadas que levavam ao corredor das divindades. Vestido com sua toga branca, o pequeno homem mais parecia um gigante em contraste da luz proveviente das tochas.

Ridalc levantou os braços, imediatamente a música cessou. O final da dança foi maravilhoso, as duas meninas num salto acrobático quase atravessaram a extensão do corredor pousando suavemente no chão milenar do templo bem na frente de Ridalc que as recebeu com um sorriso benévolo. As bailarinas se olharam e sorriram ofegantes e felizes por haverem proporcionado um espetáculo fantástico.


Ridalc e Tánius se encaminharam em direção do altar. Chegara o momento mais esperado. Se iniciaria o último Grão ministro e xamã de Atlantida.

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