terça-feira, 7 de abril de 2009

Marajó - Civilização perdida.



Em torno de 400 a.C. se estabeleceram na ilha de Marajó os primeiros cacicados formando concentrações complexas até aproximadamente 1000 d.C. Na altura de 400 d.C. a civilização marajoara estava em seu auge, concentrando uma população considerável e com hábitos organizados. Comparando-se com as tribos indígenas que se espalhavam pelo Brasil pré Cabral, a sociedade marajoara era infinitamente mais desenvolvida. Além de uma religiosidade complexa medida através de sua relação com os mortos em rituais funerários, os Marajós foram a única sociedade antiga no Brasil que desenvolveu uma linguagem escrita.




Os pajés eram encarregados da passagem dos mortos para o outro mundo. A sociedade comandada pelos caciques, organizavam as mumificações em urnas funerárias altamente sofisticadas. A cerâmica marajoara possuia características técnicas que exigiam um desenvolvimento artesanal altamente sofisticado. Essas urnas funerárias eram verdadeiras obras de arte em acabamento e elaboração. Além disso os caracteres gravados possuiam também a função de escrita.




A Dra. Denise Schaam alerta para detalhes importantes na confecção das urnas. Em primeiro lugar a qualidade da cerâmica era surpreendente, além disso havia o acabamento artístico que exigia um apuro técnico muito alto, transformando as peças em verdadeiras obras primas.




Há um indício que os caracteres gravados no exterior das urnas contavam parte da história da civilização marajoara e também da múmia que jazia em seu interior.




Infelizmente "ainda" não foram encontrados vestígios de construções de templos ou algum prédio um pouco maior do que uma oca. Além dos aterros funerários, nada indica até agora que essa civilização tecnicamente avançada, nunca passou das tabas que tão bem conhecemos em todo o Brasil.


Mas provavelmente essa sociedade mereceria um estudo aprofundado, talvez até um pouco de poesia. Uns relatos mais românticos, tipo algumas estórias destes primeiros núcleos organizados do Brasil.




Fonte: Cultura Marajoara pela Dra. Denise Pahl Shaam.

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