segunda-feira, 22 de março de 2010

Delfos e a força desconhecida.


Nenhum oráculo da antiguidade possuía a fama e a força
de Delfos. Construído no monte Parnasso em honra de deus
Apolo, Delfos era a personificação do próprio homenageado.
Segundo a mitologia, o grande Apolo teria eliminado
Python e construído o oráculo sobre sua carcaça.

Neste local eram realizados os jogos píticos que junto aos
jogos olímpicos traduziam poeticamente os feitos heróicos
da civilização helênica.

A importância de Delfos era tanta que os próprios inimigos
da Grécia consultavam as pitonisas. Havia uma certa isenção
diplomática, onde certamente era proibido lutas que não
fossem as de competição.

O grande Xerxes II fez questão de consultar o oráculo antes
de invadir o território grego. O rei persa não deve ter
levado a sério as previsões que lhe foram transmitidas.
Certamente Delfos lhe alertou sobre a coragem comovente dos
atenienses e a entrega desmensurada dos hoplitas espartanos,
mas o divino Xerxes não deve ter acreditado, ou as previsões
não foram bem interpretadas pelos sacerdotes persas.
Até hoje não sabemos se o oráculo enganou os persas dando-lhes
pistas e previsões falsas. É muito pouco provável que isso
tenha ocorrido, o mais certo é que a autoconfiança e arrogância
dos invasores tenham sido os seus piores inimigos. Delfos
deve ter-lhes alertado sobre isso também.

A força desconhecida dos gregos que Xerxes não acreditava
existir, não estava exatamente nas previsões do oráculo, mas
na persistência pela liberdade que ninguém amava mais
que os gregos. Além de toda arte e beleza o povo grego elegeu
a liberdade como condição irrevogável para a felicidade do
idivíduo.
Por essa condição eles se entregariam à morte e morreriam
felizes.
Tudo isso deve ter sido dito para o incrédulo Xerxes.
E ele consultou o oráculo para que afinal?

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