sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O ladrão de deuses. Armadilhas


Há 25.000 anos os seres humanos viviam ainda de forma desorganizada como sociedade. Apesar de haver , mesmo que de forma embrionária, um certa hierarquia tribal. Na parte mais intimamente ligada à religião era onde se ressentiam de forma mais latente da falta de uma autoridade máxima. Na verdade existia um certo clérico, porém não havia credibilidade suficiente em apenas uma pessoa da tribo. Quem conseguisse de certa forma atrair a atenção do restante se transformava na figura mais poderosa da comunidade, mesmo que temporariamente.


As tribos eram pequenas. Não se pode dizer quantas pessoas exatamente faziam parte das "aldeias", porém baseados em vestígios, alguns cientistas afirmam que não ultrapassava o número de doze, no máximo dezesseis indivíduos. Com tribos tão reduzidas, a ideia de uma liderança não parece algo tão ilógico. Realmente alguém se tornava lider, geralmente o mais forte que conseguia submeter os outros machos. Na verdade as tribos eram quase uma família. O patriarca mais forte era o responsável pela sobrevivência de todos.


O problema realmente acontecia quando se tratava dos deuses.. Não há como dizer se o mesmo deus era cultuado por todas tribos de uma região. Provavelmente deuses diferentes praticavam os mesmos milagres. A proximidade da tribos favorecia a mistificação dos eventos naturais ao mesmo tempo. A principal tarefa do deus de uma tribo era protegê-la das catástrofes que ele mesmo produzia. Quando esse deus conseguia proteger a tribo sem nenhuma tragédia, ele era considerado o "deus supremo".


Um deus de outra tribo próxima não sendo tão competente sem dúvida perderia a fé dos seus protegidos. Aí a solução seria "importar" o deus dos vizinhos. E isso era realmente executado.

Um componente da tribo teria supostamente o poder de roubar o deus supremo de outra tribo.

Para isso ele contava, além de seu talento natural, com uma "armadilha para deuses".


Decididamente a função de capturar um deus não deveria ser nada fácil. O ladrão deveria sair de sua caverna durante uma noite específica, talvez escolhida pela fase da lua. Chegando na caverna da outra tribo ele teria que armar a emboscada e esperar que o incauto deus caisse nela. Como ele fazia isso? Muito simples. Ele esperava a noite criada pelo deus supremo fosse embora. Nesnte exato momento o deus mudaria sua aparência transformando-se de sombra em luz. Essa luz chegaria de qualquer forma até o interior da armadilha. Quando a armadilha estivesse cheia ele ia depressa até o local e recolhia todo o apetrecho com um deus em seu interior.

A parte singular dessa estória, é que os vizinhos teriam que saber do roubo de seu protetor. Caso contrário, o mesmo não teria o efeito desejado pelos ladrões. Cabia ao chefe da tribo que fizera a captura anunciar com pompas e circustâncias que o deus deles agora pertencia à sua tribo.


O ladrão bem sucedido era considerado um ministro dessa divindade. Era tratato como tal e provavelmente com status de autoridade religiosa. Bem, pelo menos até o tal deus não ser capturado por outra tribo ou até pela mesma que foi anteriormente roubada.


Parece fácil né? Simplesmente um chefe saía de sua casa e anunciava que o deus de tal aldeia foi capturado. Só que não era tão simples assim. O deus "realmente teria que ser aprisionado pelo ladrão de deuses".

Um comentário:

Paula Dunguel(S.Lopes^^')- Alguém que respeita e ama as artes e culturas em geral. disse...

Que bom que gostou do meu blog e é um prazer conhecê-lo, e por coincidência o João Simões Lopes Neto vem a ser parente do meu marido que recebeu o nome em homenagem ao escritor gaucho. Tradição de pai pra filho. Um abraço.