sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A importância da mitologia.


Se perguntássemos para alguém hoje, qual é a importância
da mitologia em sua vida? Certamente esse alguém responderia,
nenhuma! Claro teríamos que considerar uma série de fatores,
mas na média, a resposta seria semelhante.
Na verdade a mitologia é extremamente importante para todos
seres humanos independente do lugar onde vivem, suas variações
e particularidades.
Esse conceito é de difícil aceitação, isso quando existe uma
consciência de que ele realmente estabelece alguma alteração
no pensamento do indivíduo. Na maioria das vezes, essa ciência
é vinculada à alguma era passada e que não exerce mais nenhuma
influência nos dias atuais. Como se fosse uma "língua morta".
Entretanto, sabemos que a mitologia não foi criada por acaso e
que isso só aconteceu devido à imensa necessidade humana.
Tudo que surge não espontaneamente, mas por uma demanda natural
tem importância incomensurável e sua influência não conhece
limites.

A mitologia antiga pode não ser conhecida pela imensa maioria
das pessoas, no entanto, ela está encravada na memória da
humanidade e mesmo sem percebermos a estamos resgatando dia
após dia.

A importância dessa ciência está intimamente ligada à nossa
ancestralidade e seu uso é imperceptível por se tratar de um
pensamento.
A mitologia está inserida em todas atividades humanas, tanto
na mais humilde quanto naquela que exige maior apuro técnico
possível. O ser humano precisa da mitologia assim como precisa
da arte, porém, tanto uma quanto a outra são tidas e havidas
como atividades supérfluas.
O homem necessita da organização de seu pensamento e neste
particular os acontecimentos mitológicos fazem parte de uma
evolução cognitiva que juntamente com grande parte de seu
conhecimento, formam uma cadeia extremamente importante para
todo o contexto da espécie.

Não podemos afirmar que a mitologia seja tão importante quanto
a roupa que vestimos, mas dá para colocar as duas coisas no
mínimo lado a lado. Acho até que a moda não existiria se não
existisse a mitologia.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os deuses e a felicidade.


A felicidade dos homens nunca foi prioridade para os deuses
até porque eles sempre estiveram mais preocupados com
a própria felicidade e pensar na felicidade humana seria
perda de tempo. No nascedouro da mitologia grega, já há uma
demostração inequívoca desse egoísmo exacerbado.
Cronos, o deus do tempo ao perceber que seria
molestado em seu poder por algum de seus filhos,
não perdeu "tempo", pôs-se a engolir um por um dos rebentos
conforme iam nascendo. Graças a providência de Réia, a vida
de Zeus, o pai dos deuses foi salva.
Mas não podemos imaginar que essa ameaça serviu como uma lição
de humildade para o poderoso Zeus. Poderíamos pensar que se ele
foi salvo pela mãe teria como reconhecimento, uma atitude
benévola com relação aos pobres mortais.
Pelo contrário, Zeus provou inúmeras oportunidades
ser um deus arrogante, egoísta, vaidoso, luxurioso,
lascivo, devasso e em nenhum instante preocupado com a
felicidade de quem quer que fosse a não ser a dele mesmo.

Mas Zeus não está só nesse imenso panteão de figuras
egocêntricas. Não somente na mitologia grega, mas praticamente
em todas mitologias há um emaranhado de personalidades difíceis.
Passando pela Mesopotâmia, India China, Países nórdicos, América
Pré-Colombiana e inclusive os Hebreus, cada deus se julgava
no direito de exigir sacrifícios, de impor condições
para que os mortais atingissem algum objetivo e no fim
de tudo ainda poderiam punir aqueles que por ventura sentissem
alguma felicidade.
Essa condição, felicidade ficava no fim da lista.
Em princípio o homem deveria realizar as tarefas mais improváveis,
depois se sobrasse tempo, talvez pudesse ser um pouquinho feliz.

Há uma série grande de casos onde deuses cobradores entram em ação.
Até as religiões modernas guardam vestígios herdados das mitologias
onde os fiéis são obrigados a inúmeros sacrifícios. Tudo a troco de que?
Para felicidade de quem?

Começo a pensar que a felicidade é uma metáfora criada pelos deuses
para que o homem nunca perca a disposição ao ato de abnegação, ao
sacrifício e à entrega. Às oferendas ainda podemos incluir pagamento
em espécie, como acontece em algumas convergências religiosas hoje em
dia, mas aí já entra outros tipos de deuses e outra sensação de
felicidade desconhecida nos tempos mitológicos.

Pessoalmente imagino que os deuses não tenham nada a ver com a felicidade.
Na verdade acho que ninguém tem.
É tudo com a gente mesmo.