quinta-feira, 20 de maio de 2010

Machu-Picchu. Alguém atrás da porta.


Hiram Bingham o Indiana Jones verdadeiro.

Esta foi a visão de Hiram quando atravessou o vale e voltou-se
para fotografar a cidadela.


Em 24 de julho de 1911 O jovem professor de história, arqueólogo
e futuro senador Dr. Hiram Bingham, revelava ao mundo a cidadela
"perdida" de Machu-Picchu.

"Em 1572, os espanhóis decidiram eliminar aquele último baluarte
de resistência indígena. Mas, ao chegarem em Vilcabamba, eles a
encontraram quase deserta: seus defensores haviam incendiado a
cidade antes de empreenderem a fuga. Os espanhóis os perseguiram
em meio à floresta tropical, até capturarem o último chefe inca,
Tupac Amaru. Ele foi levado para Cuzco, submetido a um simulacro
de processo e decapitado na grande praça. Com ele a dinastia inca
desapareceu".

Última parte.

Ao vencerem o último obstáculo, os dois aventureiros se encontraram
num caminho quase aberto se comparado com a espessa vegetação que
haviam enfrentado anteriormente. Era uma estrada pavimentada e protegida
por muralhas. A floresta na verdade era quem transformava a vila
numa fortaleza. Melchor que viera na frente por todo o trajeto, agora
ficava para trás. Hiram sentia que o momento que ele sonhava havia
chegado finalmente.
Após contornarem um pequena formação rochosa, começaram a escalar uma
colina cheia de terraços escarpados, remanescentes dos incas.

Relato de Hiram Bingham em suas memórias:
"De repente me encontrei diante de paredes de casas em ruinas, construidas
com a mais fina técnica inca de trabalho em pedra. Era difícil
distingui-las, pois após todos aqueles séculos, estavam parcialmente
recobertas de árvores e de musgos. Mas na sombra espessa, ocultas
entre moitas de bambu e cipós entrelaçados, apareciam aqui e ali as
paredes de granito branco, com blocos cuidadosamente talhados e
ajustados de forma extraordinária. Parecia um sonho incrível".

As ruinas se estendiam pelo vale formado entre as montanhas,
cada passo significava uma descoberta. Melchor acompanhava todos os
movimentos do cientista como se tentasse imitá-lo. Ao cabo de uns
30 minutos de andanças e anotações, Hiram voltou-se para o índio e perguntou:
_Você havia mencionado sobre um tesouro não foi?
O arqueólogo estava inspecionando uma construção com aberturas
em forma de trapézio e aguardava a resposta, como essa não veio
resolveu olhar para Melchor. O Índio estava com os olhos lacrimosos
visivelmente emocionado.
_ Ei o que aconteceu? Finalmente o guia resolveu falar.
_ Nada! Por que?
_ Sei lá! Respondeu o jovem encolhendo os ombros magros.
Ao final deste pequeno diálogo os dois continuaram recolhendo
informações dos sítios. Hiram anotava freneticamente o mais
rápido que podia. Intercalava com algumas fotos enquanto a
luz do dia possibilitava. Em seguida começou a chover novamente.
O rapaz passava a mão embarrada nas lentes dos óculos, até que
foi obrigado a parar e correr para a barraca que Melchor
havia acabado de montar.
Os dois entraram na pequena barraca. Antes de se acomodar
Hiram deu uma olhadinha para fora. A chuva recrudescera, mas ainda
era possível ver os contornos das construções incas sob um
silêncio majestoso..O jovem sorriu sentindo uma alegria indescritivel.
Recostou-se na mochila e deixou que o enorme cansaço fizesse o
resto do trabalho.

Nota do autor:
"Eu quero encerrar essa postagem com uma singela homenagem ao maravilhoso
povo andino, mas antes dizer que esse pequeno exercício, mesmo que modesto,
me custou para ser realizado. Não sei por qual razão, foi difícil e muito
me emocionei o tempo inteiro em que estive envolvido na criação dessa
pequena estória. É muito provável que as coisas aconteceram de modo
diferente, mas minha intenção foi criar um clima de aventura para tanto
inseri alguns diálogos e acontecimentos. Melchor Arteaga existiu realmente,
mas sem dúvida não era um aventureiro como descrevi. Se realmente Hiram
Bingham inspirou George Lucas e Steven Spielberg na criação de Indiana Jones
eu não sei. Só posso afirmar que há muitas coincidências.
A homenagem que falei é uma música. Trata-se de um clássico andino na
interpretação do grupo chileno Inti Illimani, "Alturas". Como curiosidade,
"Inti" significa sol e "Illimani" é um nevado localizado na Bolívia".

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dança Celta. Solo de alaúde medieval.




Talvez sejam as informações desencontradas e muitas vezes sem qualquer embasamento científico que nos levam crer que os celtas eram um povo introspectivo e melancólico. Quase todas as manifestações entre desenhos, filmes e livros diversos, mostram figuras deprimidas e singularmente truculentas. Infelizmente não nos chegou até hoje, nenhum registro fidedígno das festas e danças, nem poderia. Mas o folclore dos países insulares principalmente da Irlanda, traz referências significativas e plausíveis de movimentos sonoros cheios duma alegria contagiante.
Então não nos custa nada imaginar que se tratava de um povo alegre e com danças e cantorias bastante animadas.
Foi com o objetivo de emoldurar essa imaginação que utilizei um alaúde de 12 cursos que construí baseado em informações iconográficas da idade média. Apesar das
modificações, o som ficou muito convincente. Este instrumento tem característica sombria e profunda, porém imagino que juntamente aos instrumentos de fricção e sopros, os antigos povos poderiam tranquilamente tocar e dançar com imensa alegria.
Eis a minha Dança Celta.