terça-feira, 28 de abril de 2009

Labirintos. Os mistérios da alma.

Rocha com labirinto pré histórico gravado no lado direito.








As civilizações antigas tinham uma ligação especial com os labirintos. Em muitos relatos se encontra gravado a estreita afinidade que havia entre os labirintos e os mistérios da alma.

Muito antes das civilizações clássicas estamparem as suas marcas no mundo, o homem ainda em estado rude já atribuía poderes aos labirintos. Estes diagramas eram conhecidos como o mapa do universo interior, seja, a alma. Mesmo sem conhecer profundamente o espirito humano, este homem civilizado precariamente sentia profunda necessidade de expressar seu pensamento.

Muitas revelações ficaram enigmaticamente gravadas nos mais diversos diagramas antigos.


A grande maioria destes labirintos pré históricos, ainda não foi decifrada. Não sabemos como eram criados, nem porque. A razão que levava um homem primitivo ao ponto de despender parte de sua existência esculpindo imensos desenhos circulares ficaram perdidas no tempo. Gráficos cheios de intersecções, até pequenas pedras que provavelmente eram usadas como amuletos, estão espalhados nas quatro direções do planeta.


A associação dos labirintos com mandalas não chega a ser uma certeza. São diferentes em sua síntese. As mandalas segundo se sabe, têm ligação com o universo exterior. Sua finalidade tem origens na necessidade do homem em harmonizar-se com o cosmos. Já os labirintos estão estritamente ligados ao autoconhecimento. Os segredos e mistérios da alma humana ficaram planificados nestes desenhos enigmáticos.

domingo, 26 de abril de 2009

Equivalência da Mitologia Grécia e Roma.


Em Grego- Em Latim



Afrodite- Vênus

Ares - Marte

Ártemis- Diana

Asclépio - Esculápio

Atena - Minerva

Clóris - Flora

Cratos- Poder

Cronos - Saturno

Deméter- Ceres

Dice- Justiça

Dionísio Baco

Eos - Aurora

Éris- Discórdia

Eros- Amor

Eunomia - Disciplina

Fanes- Luz

Filótis- Ternura

Fobos- Medo

Ftono- Inveja

Gaia- Terra

Hados- Plutão

Hades - Inferno

Hefestos- Vulcano

Hélios- Sol

Hera - Juno

Héracles - Hércules

Hermes - Mercúrio

Hipnos - Sono

Nike - Vitória

Nix - Noite

Ponto - Mar

Poseidon - Netuno

Psiquê - Alma

Réia - Cibele

Selene - Lua

Tánatos - Morte

Têmis - Justiça

Tique - Acaso

Urano - Céu

Zeus - Júpiter

domingo, 12 de abril de 2009

Tánius de Máldor- O último xamã.


O silêncio tomou conta do templo das divindades. Somente o ruido dos passos de Ridalc e Tánius podiam ser ouvidos. Sob a luz bruxuleante das piras, os dois homens se aproximaram do altar.

Tánius sabia que todo esse ritual só era executado em função da tradição que reinava em Atlântida. As tradições mantinham as pessoas ligadas de alguma forma ao seu passado. Apesar da religião já não sustentar certas crenças, aquele ritual fazia parte da identidade cultural do povo atlante. O jovem observava o velho xamã realizando os passos e proferindo palavras que ninguém ali presente sabia o verdadeiro significado. Tánius sabia que aquelas palavras não tinham sentido prático, pois não iria acontecer nenhum prodígio e tudo terminaria em alguns minutos com a passagem do posto.


Entretanto Ridalc continuava numa espécie de transe e aquilo era sincero. De repente as labaredas das piras pararam a sua dança. A luz diminuiu. As chamas perderam o seu brilho natural pareciam estar apagadas porém acesas. Houve um murmúrio contido entre a multidão. Tánius já tinha ouvido falar desse fenômeno, mas nunca havia presenciado. As chamas mantinham-se retas acesas mas não iluminavam.


Os dois homens ficaram frente a frente. Ridalc ordenou que Tánius se ajoelhasse, ele assim fez.

Em seguida o jovem sentiu um líquido oleoso cobrir a sua cabeça e parte do seu corpo. Era a libação que fazia parte do ritual. Ainda pronunciando palavras ininteligíveis Ridalc ia derramando o líquido de uma ânfora de jade. Quando todo o conteúdo foi derramado as chamas instantaneamente voltaram ao seu brilho normal. Novamente um murmúrio tomou conta do local, o próprio Tánius sentiu o corpo mais leve e seus olhos brilhavam intensamente.


Ele não podia explicar a si mesmo o que estava sentindo. Jamais havia sentido algo semelhante. Uma espécie de desapego às coisas terrenas, ao mesmo tempo um amor incontrolável por tudo que existia no mundo e por todas as pessoas que nele habitavam. Sem saber como reagir, começou a chorar. Ridalc olhou para o moço sorrindo exclamou:

_Agora és o xamã, meu filho! tudo isso que estás sentindo, será a tua principal arma na luta contra o destino cruel que ameaça o nosso povo. E esse estado de graça durará por toda a tua vida. Mas terás que aprender a controlá-lo. O Jovem assentiu baixando a cabeça.


Os dois voltaram pelo corredor das divindades. O povo em volta das imensas colunas aplaudiam intensamente. Tánius ainda sentia aquela elevação cada vez mais forte. Caminhava, mas não sentia os seus pés tocando o solo. O seu estado de felicidade era tanto que tinha vontade de abraçar a cada uma das pessoas que ali estavam. Sentia um amor imenso e verdadeiro por cada ser vivo, por cada porção de matéria que compunha o universo. Ele era o próprio universo.


Tánius de Máldor. O último xamã.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O ritual de iniciação - O altar de Tármia com as piras em chamas.


Tánius seria o último Grão ministro de Atlântida. Para essa iniciação foi preparado o antigo templo das divindades. O templo ficava bem no centro da imensa colina que segundo antigos atlantes foi o berço da grande cidade. Ninguém sabia dizer a idade deste templo, nem mesmo Ridalc, o atual Grão ministro. Para os cidadãos de Atlântida isso tudo era o que menos importava. O importante mesmo é que Tánius, um de seus jovens mais brilhantes, seria finalmente iniciado com o novo comandante espiritual do império.

O que ninguém da parte deste povo sabia é que esse ritual seria o último da história de Atlântida.


Dentre os que já estavam previnidos somente alguns estavam presentes na cerimônia. O sábio Nômia era um deles. Enquanto a maioria dos cientistas permanecia diuturnamente na universidade tentando encontrar uma forma de salvar a grande cidade do cataclismo que se aproximava. Eles sabiam que não poderiam salvar quase nada do esplendor da magnifica cidade, mas tentariam salvar um pouco daquilo que ela possuía de melhor: que era uma classe de cientistas, artífices, filósofos e magos, todos brilhantes e que poderiam num futuro próximo reerguer a grande Atlântida em toda sua magnitude.


O Ritual.


Indiferentes a tudo isso, os músicos iniciaram uma melodia enlevadora que parecia acariciar as pedras antigas do templo ainda às escuras. Duas jovens bailarinas entraram pelo corredor das divindades carregando tochas flamejantes. Ao chegarem defronte ao altar de Tármia acenderam as quatro piras. O efeito foi surpreendente. Ao som de tambores pesados e suaves solos de flautas as duas meninas desenvolveram a sua graciosa dança. Na medida que evoluíam em seus movimentos, os tambores aumentavam o rítmo causando uma vertigem nos espectadores. As jovens saltavam e giravam como se ignorando a gravidade. A leveza era tal que mais pareciam duas mariposas noturnas buscando a luz das piras. A dança fantástica previamente preparada por Ridalc, era apenas o início do ritual. O grande xamã desceu o lance de escadas que levavam ao corredor das divindades. Vestido com sua toga branca, o pequeno homem mais parecia um gigante em contraste da luz proveviente das tochas.

Ridalc levantou os braços, imediatamente a música cessou. O final da dança foi maravilhoso, as duas meninas num salto acrobático quase atravessaram a extensão do corredor pousando suavemente no chão milenar do templo bem na frente de Ridalc que as recebeu com um sorriso benévolo. As bailarinas se olharam e sorriram ofegantes e felizes por haverem proporcionado um espetáculo fantástico.


Ridalc e Tánius se encaminharam em direção do altar. Chegara o momento mais esperado. Se iniciaria o último Grão ministro e xamã de Atlantida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Marajó - Civilização perdida.



Em torno de 400 a.C. se estabeleceram na ilha de Marajó os primeiros cacicados formando concentrações complexas até aproximadamente 1000 d.C. Na altura de 400 d.C. a civilização marajoara estava em seu auge, concentrando uma população considerável e com hábitos organizados. Comparando-se com as tribos indígenas que se espalhavam pelo Brasil pré Cabral, a sociedade marajoara era infinitamente mais desenvolvida. Além de uma religiosidade complexa medida através de sua relação com os mortos em rituais funerários, os Marajós foram a única sociedade antiga no Brasil que desenvolveu uma linguagem escrita.




Os pajés eram encarregados da passagem dos mortos para o outro mundo. A sociedade comandada pelos caciques, organizavam as mumificações em urnas funerárias altamente sofisticadas. A cerâmica marajoara possuia características técnicas que exigiam um desenvolvimento artesanal altamente sofisticado. Essas urnas funerárias eram verdadeiras obras de arte em acabamento e elaboração. Além disso os caracteres gravados possuiam também a função de escrita.




A Dra. Denise Schaam alerta para detalhes importantes na confecção das urnas. Em primeiro lugar a qualidade da cerâmica era surpreendente, além disso havia o acabamento artístico que exigia um apuro técnico muito alto, transformando as peças em verdadeiras obras primas.




Há um indício que os caracteres gravados no exterior das urnas contavam parte da história da civilização marajoara e também da múmia que jazia em seu interior.




Infelizmente "ainda" não foram encontrados vestígios de construções de templos ou algum prédio um pouco maior do que uma oca. Além dos aterros funerários, nada indica até agora que essa civilização tecnicamente avançada, nunca passou das tabas que tão bem conhecemos em todo o Brasil.


Mas provavelmente essa sociedade mereceria um estudo aprofundado, talvez até um pouco de poesia. Uns relatos mais românticos, tipo algumas estórias destes primeiros núcleos organizados do Brasil.




Fonte: Cultura Marajoara pela Dra. Denise Pahl Shaam.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O vento quente de Ormuz


Ainda criança conheci a existência desse fenômeno! Em princípio imaginei que fosse uma invenção ou folclore. A razão de não acreditar está no lugar onde li a estória: "As viagens maravilhosas de Marco Polo".

Pensei até que fosse uma criação da autora deste livro. Entretanto, depois de décadas fiquei sabendo que esse vento é verdadeiro e é um fenômeno natural nas margens orientais do golfo Pérsico . E no estreito de Ormuz situado entre o arquipélago de Qushm e o continente asiático,
este efeito é surpreendente. A explicação para essa atividade existe, mas é muito extensa, portanto não me deterei nela. Quero enfatizar o lado mítico e fantástico do assunto, que moveu as mentes criativas de contadores de estórias, dentre estes o próprio Marco Polo.

Vou transcrever fielmente a parte do livro que li pela primeira vez aos 10 anos que só fui acreditar 20 anos mais tarde.


As Viagens Maravilhosas de Marco Polo-Lúcia Machado de Almeida.


O Vento Quente de Ormuz


" De Xiraz, a caravana desceu em direção a Ormuz no golfo Pérsico, onde Nicolo e Mafeo Polo tencionavam comprar marfim. Naquele porto, centro do comércio de pérolas e dentes de elefante, fazia um calor tremendo. Ao entrarem na cidade, pela manhã notaram uma coisa inexplicável; não havia absolutamente ninguém nas ruas. O mercado estava deserto e as casas pareciam desabitadas. Que mistério seria aquele? Os Polos dirigiram-se ao porto para ver se havia algum navio ancorado. De repente começou a soprar um vento quente, tão quente que fazia lembrar o vapor desprendido de uma chaleira em ebulição.

_Saltem n'água! Saltem n'água! gritaram muitas vozes a um tempo.
Donde viriam? Marco olhou para o mar e viu milhares de cabeças humanas que de vez em quando apareciam fora d'água, mergulhando outra vez. O vento ardente como fogo continuava a soprar queimando-lhe o corpo.

_Vamos para a água, não há outro jeito! exclamou Nicolo.

Num segundo tiraram as roupas e saltaram no mar. Só por volta do meio dia o estranho vento diminuiu. Quando passou completamente, o povo todo saiu da água e cada qual retornou às suas atividades. Os Polos souberam então que esse fenômeno era frequente em Ormuz e que o único modo de não morrer queimado era permanecer dentro do mar ou de uma lagoa, mergulhando o maior tempo possível.

Depois de fazerem bons negócios, os venezianos prepararam-se para reiniciar a jornada em direção a Pequim. A caravana aumentara, pois fora acrescida de alguns mercadores que se dirigiam a Caracorum. Eram ao todo dezoito homens e vinte camelos."